Ela
foi planejada em uma manhã de outono e nasceu estranhamente em um
dia frio de inverno. Contam que quando ela nasceu não parou mais de
chover, e nunca mais anoiteceu. Os dias eras tão longo que se
tornaram infinitos. Assim que abriram as janelas ela também abriu os
olhos e viu o mundo. Mesmo tão pequena, tão insignificante, ela
desejou fazer parte daquele mundo iluminado. Ela não se importou
com toda aquela chuva – na verdade ela achou bem bonito. Assim que
foi cercada de cuidados ela percebeu a sua fragilidade. Ela não
entendeu porque todos faziam tanto silêncio. Seria para ouvir o som
da chuva? Na primeira vez que ela encontrou os olhos da mãe,
descobriu porque chovia tanto. Na primeira vez que ela viu os olhos
do pai ela descobriu o porque de tanto silêncio. E foi no silêncio
da chuva que ela se sentiu profundamente amada. Mesmo tão pequena e
inexperiente ela já sabia sonhar. Foi então que fechou os lindos
olhos e desejou existir para sempre naquele momento. Seu corpo se
tornou cansado e seus movimentos logo cessaram. Em tão pouco tampo
ela aprendeu que o sonho era pequeno demais para ela. Algo maior a
esperava. Com o passar das horas ela entendeu finalmente que os dias
não eram eternos. Foi com o anoitecer que ela se deu conta de que
havia vindo ao mundo para existir por apenas um único dia. Entre o
princípio e o fim da sua breve existência ela conheceu apenas a
chuva e fez renascer todas as primaveras do mundo.
Comentários
Abração
Bj
Beijos meus
Otimo carnaval pra vc!
Ótima estória (ou seria uma história?)...
Na verdade vc tem razão, não importa o tempo que se existe na terra, mas sim a intensidade em que se vive este período.
Pra "ela" foi um dia apenas, mas vivido de maneira inteira!
Beijokas mil.