Alexander Sokht |
Maria era uma menina curiosa que
adorava o seu porquinho. Aos seis anos de idade recebeu de uma tia muito distante uma mala repleta de lindas roupas - que ficaram guardadas em cima do guarda-roupa a espera que a
menina crescesse. Eram roupas de todos os tipos: coloridas, estampadas, lisas, de algodão e até seda. O guarda-roupa tornou-se o sonho da menina – era a sua
lojinha particular. Sempre que se sentia triste corria para experimentar cada uma
das peças – na esperança de que alguma servisse! Sonhava com o dia em
que desfilaria com o lindo vestido rosa ou exibiria as lindas luvas brancas de
renda. Tão rápido como se realizam as velhas brincadeiras de infância, Maria
cresceu. Finalmente, numa tarde chuvosa de domingo, o velho vestido lhe serviu
como uma luva, porém, a menina já estava sabida demais para se encantar com a
leveza do tecido ou com a delicadeza das rendas. Ela esqueceu o guarda-roupa e enterrou o seu porquinho. As roupas ainda eram as mesmas, no
entanto, a menina já não era mais menina.
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